3 de julho de 2011

JUDAS



Hoje deparei-me com o impeto de escrever sobre o clip que nos últimos tempos tem me provocado algumas reflexões. O Clip de Lady Gaga lançado no primeiro semestre de 2011 é denominado de Judas e faz uma forte referência aos valores religiosos. Entre as figuras controversas aparece maria Madalena incarnada por Gaga e Judas papel atuado por um dos dançarinos.

A grande inquietude que o clipe nos provoca é a ideia de que a cantora está descentralizando os valores religiosos. Na verdade Lady Gaga pretende mostrar o quanto nós somos humanos e sujeitos ao erro. E por mais que queiramos e almejemos o bem é invevitavel experiementar da ‘fraqueza’ humana de Judas. Não se pode, porém, aceitar de forma atônita que somos maus e perversos e acreditar que o mal reinará sobre o mundo. Na verdade a principal mensagem refere-se ao fato de que nós humanos, sujeitos ao erro precisamos nos aceitar, nos perdoar e seguir construindo um caminho em busca da serenidade.
Uma das principais causas do mal no mundo se deve ao fato de que, na maioria das vezes, ainda não nos aceitamos e passamos a condenar as ações dos outros. Na verdade o que vemos são as nossas proprias ações projetadas nas ações dos outros.

O clip tenta nos levar a ver e aceitar a figura de judas como uam oportunidade de crescimento. Precisamos aceitar que o ‘’judas” existe e na maioria das vezes esta dentro de nós. Precisamos identifica-lo, perdoa-lo. Só assim, conseguiremos continuar caminhando e vivendo. Ninguem é só virtude. Todos vivem um conflito interior.

A condição humana é refletida por vários pensadores, mas é no existencialismo que este aspecto vai ganhar mais força e irá provocar reflexoes valiosas. Jean Paul Sartre por exemplo nos deixou como legado a reflexão de que nós somos condenados a sermos livres. Somos responsaveis pelas nossas ações e não podemos atribuir culpa ao outro pelos nossos próprios atos.


Lady gaga, mais do que um esteriótipo de loucura, representa um papel filosófico, a medida que provoca inquietações e reflexões. Ela desafia o senso comum e instiga a pensar sobre questões que para nós parecem absurdas, porque vão de encontro com os valores ditados socialmente. Todos podem filosofar. Cabe a nós, deixarmos as amarras e sair do interior da caverna e contemplar as coisas com os nossos próprios olhos e não aceitar passivamente o mundo das sombras que nos são dados de modo passivo e acrítico.

José Vandinei da Silva, Filosofo –
pos graduando em ensino de filosofia pela FGF.

3 comentários:

  1. De fato é uma provocação e tanto o clip dela. Confesso que devo depois dar uma olhadinha melhor na letra. Mas estou passando para parabenizar pela reflexão que nos traz bem forte a idéia de responsabilidade. Somos responsáveis por integrar o nosso lado sombrio e escuro tranzendo de nossos aspectos menos desejáveis de nós mesmos: inveja, desejo de poder, cobiça, ciúme mas que como parte de nossa vivência humana podem e devem ser reconhecidas, acolhidas para que lancemos nestes aspectos a luz de nossa conciência (para ampliar os próprios limites dela).
    "Tirar a trave de nosso olho" é fundamental para que de fato possamos auxiliar outros ao nosso redor tirarem o "cisco do olho."
    Agradecendo pela sua reflexão e a provocação que nos faz a partir do clip!!
    Obrigado e parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Olá Anderson, valeu pela apreciação.. fico feliz que tenha gostado mas você acrescentou reflexões bastante uteis também.
    Abraço

    ResponderExcluir
  3. Olá Anderson, valeu pela apreciação.. fico feliz que tenha gostado mas você acrescentou reflexões bastante uteis também.
    Abraço

    ResponderExcluir