23 de dezembro de 2010

Feliz Natal Integrado – Criança Interior em Processo de Maturação no Condomínio do Self



Que sentimentos, geralmente são despertados, quando estamos diante de um bebê?

Creio que, considerando uma pessoa psíquica-espiritualmente saudável, os melhores sentimentos possíveis.
O bebê consegue despertar nosso instinto de proteção; afeto como carinho e ternura.

E uma criança?

Creio que a criança tem o poder de interagir com nossa criança interior, nos melhores e nos piores sentidos.

Como assim?

Eu lhe respondo esta pergunta com outra: Quais as formas de você se comportar diante um criança?

Às vezes, a gente se diverte com elas, às vezes a gente perde a paciência, às vezes a gente tolera além da conta, sendo muitas vezes irresponsáveis e negligentes, mas às vezes também somos autoritaristas, rudes e inflexíveis.
De qualquer forma a criança mexe com a gente, com a parte da gente, que ainda é criança e que precisa de atenção, cuidado, limites, educação e tudo isso com muito amor. Amor no sentido de “estreitamento de laços de afetos nobres”.

Como você lida com uma criança cronológica pode ser uma pista de como você lida com sua criança psicológica.

E quem são estas crianças psicológicas?


São todos os nossos “Eus” em estado de imaturidade, uns recém-nascidos, outros, bebês, outros um pouquinho maiores. São todos os nossos aspectos que nos constituem e nos totalizam; nosso melhor e nosso pior, nossos anjos e nossos demônios, que habitam no Condomínio Self, a Totalidade de Nós Mesmos.

Por conta de nossa imaturidade, muitas vezes rejeitamos estas crianças, quando elas sinalizam ameaça e comprometimento da aceitabilidade social. 

Quantas vezes cristalizamos nossas “imaturidades” e rejeitamo-nos através do outro, em processo de projeção psicológica, acusando, condenando e marginalizando nossas “crianças” pela percepção da maldade cristalizada?

Infelizmente, muitos ambientes religiosos, são peritos nisto. Que paradoxo, pois deveriam ser ambientes de compreensão, respeito ao tempo de cada um; deveriam ser educandários pelo exemplo e não pelos “discursos persuasivos e alienantes”; deveriam ser ambientes de estímulo ao aprendizado.

Como assim?

A depender de sua linha religiosa você aprende que sua imaturidade é: pecado, maldade, encosto, obsessão, etc.

E quando sua criança se manifesta você é condenado ao fogo eterno, ao inferno, ao umbral, etc.

E então você aprende a esconder sua criança e marginalizá-las ao invés de acolhê-la no condomínio Self e educá-la e integrá-la.

Você aprende a disfarçar e responde às expectativas alheias mostrando-se um “alguém” que ainda não é de fato, mas que esperam que você seja na condição de ser aceito. Ou senão, você cobra-se demasiadamente exigindo-se uma maturidade, que só pode ser alcançada com o tempo, com autorespeito, autoreflexão, auto-acolhimento e busca compassiva e não compulsiva desta expectada maturidade ou adultiçe.

Permita-se ser quem é-está e dê uma boa “banana” àqueles que esperam de você o que substancialmente ainda não alcançaram.

Reflita independente de sua convicção religiosa: Se Deus lhe quisesse de todo sempre “perfeito, adulto e maduro” Ter-lhe-ia feito assim. 

A Criação tem uma “Ordem”, observe tudo o que puder observar na natureza, inclusive em você: É da subpartícula atômica para o átomo; é do micro para o macro; é do simples ao complexo; da imaturidade à maturidade; da infância ao adulto; do aluno ao professor; do demônio ao anjo; da imperfeição à perfeição.

Está tudo certo na Criação Divina, está tudo certo com você e eu, considerando o processo que implica conhecimento, reconhecimento, acolhimento, aceitação e transformação, não porque está errado, mas porque pode ficar melhor ainda.

Ame-se como é-está, ou seja, estreite laços afetuosos consigo mesmo, com todos os seus “Eus” que puder (re)conhecer. 

Faça as pazes consigo, e se perdoe e perceberá paulatinamente mais integrado consigo mesmo; se perceberá um aluno da “Escola da Vida” e um professor dos seus semelhantes, tão humanos quanto você; se perceberá útil na vida do outro, não mais como aquele que condena, que marginaliza, que aponta o que deve e o que não deve em nome de princípios disto ou daquilo, mas porque se mostra no processo, na caminhada. 

Perceberá que não existe um único caminho, para se chegar ao “paraíso”, mas oportunidades inclusive nas quedas, nas tentativas, nos erros; haverá sempre uma lição em tudo, que aos poucos vamos adquirindo condições de aprender na “Escola da Vida”.

Que este Natal do Menino Jesus, nos lembremos que até Ele foi criança. Então por que eu e você não?

Feliz Natal Integrado!

Por Marcelo Bhárreti.


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