6 de setembro de 2009

REFLEXÃO SOBRE NOSSO (DES)ENTENDIMENTO A RESPEITO DA (IN)SEGURANÇA PÚBLICA - FINAL




Estamos postando finalmente a última parte do artigo intitulado: "Homofobia, Medo, violência, polícia e ladrão: A influência dos preconceitos e a falta dos laços de fraternidade no (des)entendimento da (In)Segurança Pública".
Esta iniciativa teve como objetivo refletir de maneira mais profunda sobre que modos preventivos e ações enérgicas podem ser tomadas para combater a expansão da violência que tanto aparece nos índices de pesquisas como um dos temas, se não o primeiro de todos, mais preocupantes para a sociedade brasileira. Nos ajuda a pensar que a área da segurança pública está além de equipar a polícia e construir presídios. Muitos setores da sociedade entre eles entidades como a OAB, a CNBB (através da campanha da fraternidade deste ano e do estímulo a pastorais católicas), Igrejas Evangélicas, ONGS relacionadas aos Direitos Humanos já estão há muito tempo alertando os governantes sobre que as políticas públicas para Segurança devem ter esta dimensão maior.Ou os avisos destes setores não nos deve atingir individualmente? estamos também nos alertando individualmente para aplicarmos em nosso cotidiano "políticas comportamentais" que favoreçam a paz? Então...nesta última parte questionamos mais contudentemente o que nós que somos Estado, que somos Nação coletivamente e somos indivíduos podemos contribuir para a (IN)SEGURANÇA PÚBLICA.

parte final




Homofobia, Medo, violência, polícia e ladrão:
A influência dos preconceitos e a falta dos laços de fraternidade no (des)entendimento da (In)Segurança Pública.

parte final

Recentemente o Secretário Nacional de Segurança Pública Ricardo Balestreri diz ser necessário que os gestores ajam mais com “cérebro e neurônios” do que com “fígado e bílis” e acrescentou: “o senso comum nos pressiona o tempo inteiro para combatermos truculência com truculência. Não somos românticos e sabemos que segurança pública também é feita com repressão, mas com repressão qualificada. E não deve ser este nosso foco central, mas sim ações de prevenção, a inteligência e o pensamento estratégico ”.

Eu usaria esta mesma colocação relacionada aos gestores e ampliaria para todos nós. Será que em casa, no trabalho, diante de situações de violência ao vermos ou ouvirmos uma notícia não somos os primeiros a agir com o “fígado e bílis”? Estamos ainda atrelados a paradigmas e concepções de mundo de séculos passados e de décadas passadas na qual se crê que “violência se combate com mais violência”. Vejamos para ilustrar o caso dos homossexuais as normas sociais ainda os ignoram e ainda os tratam como “monstros”, “doentes” e estimulam posturas de violência simbólica e física a estes cidadãos afastando-os até de poder ter uma relação com Deus .

A busca por soluções mirabolantes e grandes fórmulas de repressão não apenas nos afastam de ir à raiz do problema. Impede-nos de fazer uma crítica e autocrítica profunda sobre o tipo de sociedade que queremos e se estamos cotidianamente construindo-a. Para tanto não é só o governo que deve realizar conferências e iniciativas, nós devemos cotidianamente estar avaliando e reavaliando nossos, valores sociais, conceitos e ações. A violência contra os homossexuais, só para ilustrar, começa em casa. Afinal, muitos pais ensinam aos seus filhos (inclusive os futuros policiais) que gays são bandidos, seres nojentos e repulsivos. Ensinam também que se vc levar uma cantada é pra bater no indivíduo ao ao invés de agradecer e dizer: “esta não é a minha praia, mas fico feliz de vc me achar bonito, gato,etc....!”.

Não podemos ter vergonha de contribuir combatendo preconceitos e denunciando a violência física e simbólica exercida com gays, mulheres, surdos, cegos, gordos, negros, índios, etc.... Combater as hipocrisias é ser soldado da luz, efetivamente, sonhar, ter fé e construir um mundo em que polícia e ladrão não precisem mais existir! A nossa vergonha como “cidadão de bem”, o nosso medo e a racionalização de que este tipo de idéia é ingênua nos fazem fugir à luta e alimentam os ladrões de sonhos e arautos das trevas que se comprazem no aumento da violência. Cuidado redobrado porque esses arautos se mascaram de “boas idéias” que querem manter a moral e os bons costumes intactos. Na sua contribuição para a Segurança Pública, em casa, no trabalho, na escola, na conversas de bar, nas reuniões de família você está ativando constantemente quem? O seu soldado da luz buscando valores humanos de profundo respeito crítica e auto-crítica ou o seu arauto ladrão das trevas que quer apenas se dar bem na vida e ostentar a imagem do bom moço?

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