O bafafá em torno da profecia do Véio do Vento rendia. As rendeiras seguiram para confecção e trataram de espalhar o fato.
VIÚVA – Avi muiê que toda hora eu me lembro do Véio do Vento falando.
MERCEDES – Esqueça isso mulhê, num vê que o véio é dodho. Ói tem mutha incomenda pra gente da conta viu. Viagem vá, viagem...
Nesta altura dos acontecimentos a profecia do Véio do Vento já tinha sido espalhado pelos quatro cantos de Descanço Do Chico. E se espalhando feito vento foi parar bem no gabinete da Prefeita Dora, que rapidinho procurou de se inteirar do assuntos com as rendeiras mais bem informadas do pedaço.
PREFEITA DORA – Minhas amigas, como é que anda o trabalho de vocês?
MERCEDES – Corrido mulhê, corrido.
VIÚVA – Ô Prefeita Dora, cê ouviu o que o Véio do Vento disse agora a tarde?
MERCEDES – Lá vem você de novo cum essa história.
PREFEITA DORA – Tô sabendo sim e acho que eu devia era mandar esse home pro hospício da capital. Num diz coisa cum coisa e ainda assusta o povo. É um assunto de segurança pública.
VIÚVA – Sei não. Ele disse em praça pública que você ia ganhar e você ganhou.
PREFEITA DORA – Ganhei sim. Mas, foi pela vontade do povo e principalmente pela ajuda de vocês mulher rendeira, que por sinal sou muita grata e admiro muito o vosso trabalho. E por isso mesmo que eu to aqui.
MERCEDES – Pois fale muiê.
PREFEITA DORA – Minha sobrinha chega essa semana da capital e eu quero fazer uma encomenda pra ela levar e apresentar o trabalho de vocês numa importante feira.
VIÚVA – Oxente mulhê, pois então diga como cê quer que agente faz.
MERCEDES – Se é pra sobrinha da Prefeita Dora nós faz e é bem feito.
PREFEITA DORA – Então tá tudo certo, que logo, logo ela chega.
Não percam a chegada Chamativa de Madona!
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