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30 de maio de 2010
O humano-mundo - Processual, complexa e paradoxa relação.
Desde a antiguidade, o ser humano problematiza sua existência, questionando tudo aquilo que capta sensorialmente, processando intelecto-emocionalmente o que culmina em percepções da realidade, que a priori divisa em dimensões concretas e / ou abstrata.
As religiões instituíram as primeiras percepções da relação humano-mundo asseverando a importância de normas sociais necessárias à harmonia desta relação, sob a égide e o comando de uma Força Criadora Suprema percebida em diferentes culturas, que numa leitura jungana , pode-se compreender como uma idéia coletiva inata, ou o arquétipo do Grande Pai/Mãe presente no inconsciente coletivo, representando o poder, as regras, leis proteção e o amor supremos, moldados diferentemente pelas peculiaridades de cada cultura.
Ainda na antiguidade, a Filosofia permitiu ao ser humano a investigação crítica da realidade dando-lhe o caráter racional da percepção em detrimento da subjetividade emocional. Nesta perspectiva o Ser é Humano porque se diferencia dos outros animais pela racionalidade, deve-se, portanto, pela exercício da reflexão no uso da razão suprimir sua animalidade. A vivência emocional seria reflexo de nossa animalidade?
O moral, o político e o ético, basicamente a percepção da relação humano-mundo estava no metafísico de um lado e do racionalismo filosófico, de outro. Com o Movimento Iluminista do século XIX surge o Positivismo direcionando a percepção desta relação humano-mundo numa ciência pautada na observação da realidade a partir dos fenômenos concretos e mensuráveis. O conhecível, nesta perspectiva não poderia está submetido apenas no campo das idéias, mas ao concreto observável, quantificável e comprovável sistemático-metodicamente. Outrossim, pretendia-se objetividade, previsibilidade, como meios autênticos e eficazes em favor da relação homem-mundo.
Duas guerras em proporções mundiais sucederam emergindo novos paradigmas perceptivos destas relação humano-mundo. Quem somos nós? Onde está e Quem é ou o Quê é Deus?
Emergem o Humanismo importando o Ser Humano numa relação que implica dignidade, capacidades humanas primando pela racionalidade, responsabilidade humana na experiência que lhe é própria, contrapondo-se ao sobrenatural.
Desenvolve-se também o Existencialismo implicando ao ser humano a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade. Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência.". O ser humano vive a angústia, aqui entendida como a dinâmica do existir, que se projeta, que cria, que transforma a própria existência.
A contribuição do Humanismo e do Existencialismo enfatizou a responsabilidade humana, implicando as dimensões individual e coletiva e sua estreita relação.
A inter-relação do saber humano representado pelas religiões, pela filosofia, ciências e o senso comum influencia a percepção e o modo de ser-estar no mundo.
Esta complexa relação humano-mundo é dinâmica, contínua e plasmática conforme muda-se os modos perceptivos humanos de acordo seus contextos históricos e culturais.
Como poder explicar um processo deste?
A idéia de PROCESSO dar-nos um melhor entendimento do que a tentativa de explicar, circunscrever. O “processo” nos remete a uma elaboração pararacional, o metaperceptiva, intuitiva, em síntese compreensível.
Não se pode explicar algo que é muito mais daquilo que pode ser observado, mas pode-se compreender cada vez mais e melhor este algo quando considera-se de essência complexa, constituída de infindáveis aspectos associados.
Até onde o humano, o mundo?
Uma estreita relação dos diversos formando um “Todo” integrado, associado e dinâmico – o humano-mundo.
E você como se sente nesta intricada relação?
Por Marcelo Bhárreti
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