20 de julho de 2010

Como a autoestima influencia a vivência da sexualidade: Fazendo as Pazes Consigo Mesmo.



Benjamin de Aguiar*
pelo espírito Eugênia.


Compreenda-se um pouco mais. Nem sempre você poderá estar no seu máximo, muito embora possa manter um padrão mínimo de disciplina, de qualidade naquilo que faz e que é, em seu momento evolutivo. Mas se permita oscilações, mesmo porque elas são próprias ao gênero humano.


Quando se sentir rejeitado, por estar distante da perfeição, carecendo dessa ou daquela virtude, considere a possibilidade de esta experiência ser mais interna do que propriamente externa: a probabilidade de que constitua apenas uma impressão pessoal é altíssima. Quase sempre a rejeição acontece quando há autodesvalorização. Se o indivíduo não apresenta problemas de autoestima, ele pode até se contrariar, mas não se abala, porque sabe que as pessoas não o enxotarão; e, em vez de entender a rejeição como uma questão em si, a vê no outro, como uma falha de interpretação, de personalidade ou de caráter do rejeitador.


Quando alguém não tem amor-próprio, vive se acusando, a todo instante: de não ser mais capaz, mais bonito, ou mais inteligente ou mais rico, ou mais magro, ou mais isso ou aquilo. Porta qualidades, mas não as reconhece, enfocando sempre o lado pior de si mesmo. Com isso, uma vibração mental contínua é emitida de seu psiquismo, fazendo-o magnetizar-se a situações e pessoas que lhe confirmarão a tese de desvalia pessoal.


Obviamente que é importante perceberem-se pontos fracos em si, e corrigi-los, começando-se pela ausência eventual de espírito de autocrítica. Mas não é o que se dá com quem sofre o complexo de inferioridade, de culpa ou de vítima. A autocrítica, como espírito de lucidez, enxerga pontos vulneráveis para fortalecê-los, e não só os fracos a retificar. Já a voz da autocondenação converte-se em um martirológio ininterrupto de censura e autopunição psicológica, ampliando, ainda mais, a extensão das áreas frágeis, ao mesmo passo que afeta os departamentos fortes da alma.


Não se impressione consigo, nos momentos ruins. Cuide bem de sua auto-estima, cuide bem de você. Dê-se um presente, convide-se para passear, acompanhado ou sozinho. Vá aonde lhe apraz. Tire férias, faça o que lhe agrada. Sobremaneira, aprenda a gostar de si próprio. Elogie-se, nos acertos, mesmo que os considere obrigação ou conquistas tolas ou naturais – muita gente não tem ou é o que você já conquistou e apresenta em sua interioridade. E, quando for tratar de falhas, faça-o com psicologia e diplomacia, assim como o faria com um estranho a quem não quer desacatar. Por que você sabe ser gentil com os outros, mas não consegue sequer ser humano consigo próprio? É comum alguém desfazer-se em mesuras com quem, inclusive, nem lhe merece atenções especiais, e se retalhar de auto-ofensas, a ponto de resvalar em profundos estados de depressão.


Saia dessa, agora mesmo. Você pode vencer, se quiser. Escolha ser feliz. Administre sua situação, como possível; e siga adiante, sem a paranóia de se autodepreciar o tempo todo. Isso não é prático, nem inteligente, nem justo, nem saudável, muito menos cristão ou espiritual
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*Texto recebido em 13 de junho de 2000. Revisão atual de Delano Mothé.

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