17 de junho de 2010

I Will Survive - Resposta a um e-mail de um amigo


(...) Se eu pudesse fazer entender que tudo isto, por mais dificil que seja e impossível que pareça é superável eu faria. Por enquanto vou me ajudando e tentando ajudar os meus irmãos gays ou não, mas que também são agentes e alvos de preconceitos a dispertarem para realidade e perceberem muito além da dor.

Disse o Espírito Eugênia, por Benjamin de Aguiar " A Felicidade Não é Só Seu Direito, é Seu Dever Ser feliz!".

Mas, o que podemos entender por felicidade?

Se buscarmos a etimologia da palavra encontraremos sua origem grega assim: Fe + Licita.
Onde o termo é sinônimo de Conhecimento Elevado, ou seja, Sabedoria.
Já dizia Socrátes "Conhece-te a ti mesmo" e Jesus "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará".
E Licita significa verdadeiro. Logo não há outro caminho para FELICIDADE, segundo os Grandes Mestres, senão pelo AUTOCONHECIMENTO.

Isso é fácil? Não! É difícil e doloroso.


Porque requer que nos aceitemos como somos-estamos, que reelaboremos nossa percepção de mundo e de nós mesmos. Requer que questionemos velhos paradigmas de ser e estar no mundo, enfim requer esforço hercúleo.

Sofremos porque em parte concordamos com as percepções dos outros.
Quando reelaboramos esta percepção, aos poucos, o que os outros pensam e deixam de pensar sobre isto ou aquilo, perde sentido. Aos poucos! Porque o que o outro pensa é assunto do outro e não nosso.

Quando não nos conhecemos direito e não aprendemos a nos valorizar de fato como somos-estamos, nossa auto estima acaba ficando refém de convenções sociais e da normalidade.
Mas o que é a normalidade senão um conjunto de normas culturais e efêmeras, ou seja passíveis de constates mudanças no espaço-tempo?

Sofremos porque não aprendemos, ainda, a sermos felizes. E esta felicidade não é algo extraordinário. Não, não é!

Mas, a condição de felicidade está ligada a forma como nos percebemos e como percebemos a vida, por isso que autoconhecimento, auto aceitação,auto acolhimento, (...) enfim o AUTO é condição necessária, ou seja, a condição de felicidade tem que partir de nós mesmos.

E isto a gente aprende na Escola da Vida.
Não há formulas prontas, mas a gente experimenta vivendo, se projetando à frente, pedindo ajuda, ajudando também, trocando experiências.

Tudo começa quando se decide ser feliz. Quando questionamos nossa "cruz", nosso "fardo", nossa fraqueza, nossa auto piedade e sabotação.

Acredito que você já deu seus primeiros passos (...) daqui a pouco estará correndo. E vamos juntos. É nosso Direito e nosso Dever, lembra!?

Enquanto isto, amigo coloque para fora tudo que lhe angustia, seja conversando com um amigo, seja num diário, como fazem sabiamente as adolescentes (predominantemente), o que é inclusive uma recomendação terapêutica muito comum nos consultórios clínicos.

O importante é dá vazão, deixar fluir, não represar este oceano de sentimentos, pensamentos e emoções.

Você não está só. Somos muitos (...) Muito mais do que podemos contar. Estejamos nos "armários" ou não, somos muitos e precisamos de mais (....) rsrsrsrsrs!

Não exite em me procurar. Estou aqui para ouví-lo, para ajudá-lo dentro de minhas possibilidades.

Temos muito a viver, e viver bem e em abundância. Temos muito a nos divertir, "chutar o pau da barraca" e rir de tudo isso.

Uma vez um grande amigo meu, no auge de meu sofrimento, me disse assim "A gente ainda vai rir muito". Ele estava certo, entre lágrimas e risos eu sobrevivi.

E assim como canta Gloria Gaynor em "I Will Survive", um clássico que se tornou um Hino Gay na década de 1970, eu tenho sobrevivido e vivido todos os dias e para sempre.



Por Marcelo Bhárreti.





[Eu vou sobreviver]
No início eu tive medo, fiquei paralisada,
Continuava pensando que nunca conseguiria viver
sem você ao meu lado.
Mas então eu passei muitas noites
Pensando como você me fez mal,
E eu me fortaleci
E eu aprendi como me arranjar...
E então você está de volta do espaço exterior:
Eu acabei de entrar para te encontrar aqui
Com aquela aparência triste no seu rosto.
Eu devia ter mudado aquela fechadura estúpida,
Eu devia ter feito você deixar sua chave
Se eu soubesse, apenas por um segundo,
Que você voltaria para me incomodar...

Vá agora, saia pela porta.
Apenas vire-se agora,
(Porque) você não é mais bem-vindo.
Não foi você quem tentou
Me magoar com o adeus?
Eu me desintegrei em pedaços?
Você pensou que eu deitaria e morreria?
Oh não, eu não. Eu vou sobreviver...
Enquanto eu souber como amar,
Eu sei que permanecerei viva.
Eu tenho minha vida toda para viver,
Eu tenho meu amor todo para dar e
Eu vou sobreviver,
Eu vou sobreviver...

Foi preciso toda a força que eu tinha para não cair em pedaços,
Continuei tentando duramente remendar os fragmentos
do meu coração partido,
E eu passei muitas noites
Simplesmente sentindo pena de mim mesma.
Eu costumava chorar,
Mas agora eu mantenho minha cabeça bem erguida.
E você me veja [como] um novo alguém,
Não sou aquela pessoa insignificante, acorrentada
ainda apaixonada por você...
E então você tem vontade de fazer uma visita
E simplesmente espera que eu esteja desimpedida...
Agora estou guardando todo meu amor
para alguém que está me amando.
Vá agora...

Um comentário:

  1. Excelente reflexão!! Empolgante amigo!realmente uma fala do coração e um incentivo do BEM para quem quer um mundo integrado. Em que as pessoas pautem-se pelo auto-conhecimento e não pela hipocrisia.
    Parabéns!! É realmente um presente lê-lo!

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