Outro dia presenciei algo interessante e triste ao mesmo tempo. Um colega de trabalho 'F' entrou em férias e passados alguns dias um outro colega o 'R' comentou está sentindo falta do nosso colega 'F'.
Até ai tudo bem.
Sobre seu comentário perguntei-lhe porque não ligava para 'F' e expressava a saudade que estava sentindo.
Mas 'R' deu um salto para trás como se eu disse um absurdo.
- Como assim ligar para 'F' e expressar minha saudade?
E teceu comentários como se eu estivesse duvidando de sua masculinidade.
Como se o status de hetero pudesse ser ameaçado por isso.
Refleti então, em como nós sofremos tanto por tanta bobagem.
O que uma expressão de afeto tem de ameaçador a sexualidade?
As crianças ainda não contaminadas com bestis preconceitos não estão nem um pouco preocupadas com o que os outros vão pensar delas. Simplesmente abraçam e beijam quando têm vontade.
É claro que não existe uma única forma de expressão de afeto. O problema é quando queremos abraçar e não abraçamos, queremos beijar e não beijamos, queremos falar coisas do coração e não falamos.
O problema é quando o preconceito enrijece nossos braços, impede o nosso beijo e cala o nosso coração.
Quantas vezes não expressamos nosso amor, nossa saudade, nossa admiração por medo da exposição?
Mas se expor a quê ou a quem mesmo heim?
As conveniências? Aos que também são reféns de seus preconceitos?
Amigos reflitamos sobre isto e tenhamos a iniciativa de hoje mesmo pegar o telefone ou mandar um e-mail para as pessoas que nos são caras.
Vamos! Façamos este exercício!
É libertador e faz bem a quem dá e a quem recebe uma expressão de afeto.
Por Marcelo Bhárreti.
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