17 de maio de 2010

POR QUE NÃO EXPRESSAR AFETO?

Outro dia presenciei algo interessante e triste ao mesmo tempo. Um colega de trabalho 'F' entrou em férias e passados alguns dias um outro colega o 'R' comentou está sentindo falta do nosso colega 'F'.

Até ai tudo bem.


Sobre seu comentário perguntei-lhe porque não ligava para 'F' e expressava a saudade que estava sentindo.

Mas 'R' deu um salto para trás como se eu disse um absurdo.

- Como assim ligar para 'F' e expressar minha saudade?

E teceu comentários como se eu estivesse duvidando de sua masculinidade.

Como se o status de hetero pudesse ser ameaçado por isso.

Refleti então, em como nós sofremos tanto por tanta bobagem.

O que uma expressão de afeto tem de ameaçador a sexualidade?

As crianças ainda não contaminadas com bestis preconceitos não estão nem um pouco preocupadas com o que os outros vão pensar delas. Simplesmente abraçam e beijam quando têm vontade.

É claro que não existe uma única forma de expressão de afeto. O problema é quando queremos abraçar e não abraçamos, queremos beijar e não beijamos, queremos falar coisas do coração e não falamos.

O problema é quando o preconceito enrijece nossos braços, impede o nosso beijo e cala o nosso coração.

Quantas vezes não expressamos nosso amor, nossa saudade, nossa admiração por medo da exposição?

Mas se expor a quê ou a quem mesmo heim?

As conveniências? Aos que também são reféns de seus preconceitos?

Amigos reflitamos sobre isto e tenhamos a iniciativa de hoje mesmo pegar o telefone ou mandar um e-mail para as pessoas que nos são caras.

Vamos! Façamos este exercício!

É libertador e faz bem a quem dá e a quem recebe uma expressão de afeto.

Por Marcelo Bhárreti.

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