28 de abril de 2010

Quem está por trás do herói?





Quem está por trás do herói?

Confira estudo da música

Super-Herói (Não é fácil)
Compositor(es): John Ondrasik/Versão: Maurício Gaetani
Interpretação: Sandy e Júnior


Não quero imitar
Deus ou coisa assim
Só quero encontrar
O que é melhor em mim
Ser mais do que alguém
Que sai num jornal
Mais do que um rosto num comercial
E não é fácil,
Viver Assim

Se eu quiser chorar
Não ter que fingir
Sei que posso errar
E é humano se ferir
Parece absurdo
Mas tente aceitar
Que os heróis também
Podem sangrar
Posso estar confuso
Mas vou me lembrar
Que os heróis também podem sonhar
E não é fácil
Viver assim

Seja como for agora eu sei
Que o meu papel
Não é ser herói no céu
É na terra que eu vou viver

Eu não sei voar
Isso é ilusão
Ninguém pode andar
Com os pés fora do chão
Sou só mais alguém querendo encontrar
A minha própria estrada pra trilhar
Apenas alguém, querendo encontrar
A minha própria forma de amar
de amar, de amar, de amar
Sou só mais alguém querendo encontrar
A minha própria estrada pra trilhar
Apenas alguém, querendo encontrar
E não é fácil.

E ai quem está por trás do herói?

Os heróis aqui, de maneira geral, se referem a todas as pessoas que se destacam socialmente. São idealizadas como perfeitas e são cobradas por isto.
Muitos de tanto ouvir que são este "Máximo" acabam acreditando e esquece de sua humanidade até sofrerem as consequências disto, desiludirem e despertarem para essência humana que lhe constituem.

Nesta versão em português interpretada por Sandy e Júnior, fazendo Júnior a primeira voz eles mostram o drama da vida artística, o peso das demasiadas cobranças e expectativas além que vai desde a carreira profissional a vida pessoal.

Note o desabafo de quem tenta desconstruir a idealização do herói-deus
"Não quero imitar
Deus ou coisa assim
Só quero encontrar
O que é melhor em mim (...)"

Mostra que antes do herói há o ser humano, que se esforça para dá o melhor por aquilo que acredita e que se vê atendendo o chamado do coração.

"Ser mais do que alguém
Que sai num jornal
Mais do que um rosto num comercial
E não é fácil,
Viver Assim (...)"

Percebe que sendo um ser humano é muito mais do que aquilo que pensam ou esperam dele, dos personagens e estereótipos criados e desabafa como é difícil atender demasiadas expectativas de um ser idealizado, um super-herói.

"Se eu quiser chorar
Não ter que fingir
Sei que posso errar
E é humano se ferir (...)"

Ele está bem consciente do que é e de quem é e se permite ser, por isso se dá o direito a ser humano como qualquer outro.

"Parece absurdo
Mas tente aceitar
Que os heróis também
Podem sangrar (...)"

Tenta se convencer de sua humanidade ao mesmo tempo em que tenta convencer aos outros que é humano e não um deus, por isso erra, chora e sangra.

"Posso estar confuso
Mas vou me lembrar
Que os heróis também podem sonhar
E não é fácil
Viver assim (...)"

E enfatiza que é difícil para ele mesmo se convencer de sua humanidade, mas que deve se esforçar para, inclusive não se cobrar tanto.

"Seja como for agora eu sei
Que o meu papel
Não é ser herói no céu
É na terra que eu vou viver (...)

E este esforço hercúleo resulta num colocar "os pés no chão", descer do pedestal das estrelas e se permitir a viver como ser humano.
Que o seu papel de "herói" só faz sentido no serviço ao outro, onde os outros estão.
E reforça agora mais convicto porque sabe (conhece e sente) o está expressando:

"Eu não sei voar
Isso é ilusão
Ninguém pode andar
Com os pés fora do chão
Sou só mais alguém querendo encontrar
A minha própria estrada pra trilhar
Apenas alguém, querendo encontrar
A minha própria forma de amar
de amar, de amar, de amar
Sou só mais alguém querendo encontrar
A minha própria estrada pra trilhar
Apenas alguém, querendo encontrar
e não é fácil."

E reclama o direito de ser humano.
Mostrando-se como "só mais alguém" querendo se encontrar, se conhecer, tentando ouvir o próprio coração, a voz da verdade do "Si - mesmo", que pode revelar a sua humanidade num contínuo processo de maturação num exercício de auto-amor, que considera o processo, a trajetória, a "própria estrada pra trilhar" e por ser ele apenas um ser humano "não é fácil".

Por Marcelo Bhárreti

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