23 de abril de 2010

MARGINAIS POLÍTICOS

"Penso, logo existo"
(René Descarte)

"Participo, logo sou cidadão"


A convivência social é uma necessidade do ser humano, que é dotado de vontade. Interagir, portanto significa está em contato com outros indivíduos, também dotados de vontades, e neste jogo das relações humanas o poder é a capacidade de realização dessas vontades. Os conflitos, neste contexto são inevitáveis.

A harmonia e emancipação da vida pública requerem o bom uso do poder, que deve está em função da coletividade. Na antiguidade grega, um modelo de democracia regia a administração das cidades-estados. Aqueles que possuíam a cidadania participavam diretamente desta administração, e as decisões realizadas nas assembléias refletiam na coletividade.

Na modernidade, a democracia é representativa, o que implica que alguns indivíduos são escolhidos para representar a vontade da maioria, no entanto, o indivíduo não está excluso deste processo, uma vez que elege seus representantes e tem o direito e o dever de fiscalizá-los, assim como através da participação política manifestar os interesses da coletividade. O cidadão político, neste contexto não é apenas o representante dos interesses coletivos, mas todo aquele que participa ativamente da vida pública.

Aquele, que não participa deste processo pode ser considerado um marginal político. Este se preocupa apenas com questões de ordem particular tornando-se cúmplice dos maus representantes, por ser omisso. O número de marginais políticos é diretamente proporcional ao de representantes políticos, que também estão preocupados com os próprios interesses e utilizam-se do poder que lhe foram conferidos para a realização de suas próprias vontades.

Desta forma, a marginalização política prejudica não somente aquele que se automarginaliza, mas toda sociedade. Participar de forma ativa da vida pública é exercer a cidadania, neste aspecto o verdadeiro cidadão é político e promotor da emancipação da sociedade.


Por Marcelo Bhárreti.

REFERÊNCIA:

GALLO, Silvio. Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia - Elementos para o ensino da Filosofia. 12ª ed. rev. e atualizada. São Paulo: Papirus, 2003, p. 25 - 32.

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